quarta-feira, 17 de março de 2021

Pólos / Polarização

  Resolvi escrever um pouco sobre o assunto, tendo em vista que no momento a palavra polarização é uma das mais presentes no nosso cotidiano.  É fato que o motivo que a mesma tem estado presente, não tem muita interação direta com o que as pessoas das áreas das ciências exatas costumam utilizar o termo.

 Originalmente a palavra pólo, de acordo com  com professor Deonísio da Silva, vem do grego pólus, polo, eixo ao redor do qual uma coisa gira. Esta é rotineiramente utilizada para se referir em sentido figurado a algo como centro de referência em algum aspecto, por exemplo como qunado se diz que a França é  um pólo de irradiação das artes e cultura ocidental.

 No dicionário Aurélio, encontramos duas definições, sendo que uma delas se aproxima mais da rotina científica, da qual pretendo tratar um pouco mais adiante. A primeira diz que são as extremidades glaciais do nosso planeta, e antes que gere alguma polêmica, me refiro a Terra. A segunda definição diz que são dois pontos opostos de um ímã ou de uma pilha: pólo positivo, pólo negativo. Aqui vale uma ressalva que pólo positivo não é bom nem  pólo negativo é ruim. Trata-se somente de uma questão de cargas mesmo.

 Aproveitando a segunda definição do dicionário Aurélio, citada acima, faço a ressalva que muitas vezes quando acompanho as discussões políticas atuais, me sinto um pouco como o âmbar dos estudos de Thales da cidade de Mileto, que observou que após o mesmo ser "atritado"este adquiria a capacidade de se eletrizar. Lembrando que o termo electrum  vem do grego eléktron que é a designação do âmbar amarelo. Na verdade este conceito está diretamente relacionado ao fato de que após o atrito, um dos corpos adquiriu carga positiva e o outro adquiriu carga negativa. Estes fenômenos foram inicialmente estudados por Benjamin Franklin que constatou que o mesmo ocorria pela transferência de elétrons entre os corpos atritados. Sendo  que onde há perda de elétrons fica  excesso de prótons (carga positiva +) e  onde há ganho de elétrons fica  excesso de elétrons (carga negativa-).

 Com base neste mesmo conceito de pólos, no estudo da química, temos a ideia de compostos polares e apolares. Geralmente quando traço uma analogia  política me sinto muito apolar nas discussões atuais. Deixe-me explicar melhor. Basicamente, quando dissemos em química que algo é polar, nos referimos que possui um centro de cargas positiva e negativas assimétrico e  no caso de substância apolares estas possuem um centro de carga simétrico.

Exemplos De Moleculas Polares E Apolares – Novo Exemplo

Fonte da imagem : www. vanialima.blog.br.

Estes conceitos na química são de extrema importância pois servem de base para compreensão de uma metodologia analítica de extrema relevância em vários segmentos como nas indústrias farmacêuticas, químicas, alimentícias e etc. A cromatografia líquida, que pode ser conhecida um pouco mais em uma outra postagem minha feita anteriormente, mas que também voltarei a tratar futuramente em outras postagens.

 Desta forma quando dissermos que alguma discussão está muito polarizada, penso que podemos ampliar um pouco a visão e entender também de maneira científica as implicações de algo estar polarizado.



sábado, 12 de outubro de 2013

DES volta a assombrar.


 Se a talidomida acabou para sempre com o mito da inviolabilidade uterina, a experiência com o DES, por sua vez abalou a convicção de que defeitos congênitos seriam importantes apenas quando imediatamente visíveis.
 O DES (dietilestilbestrol) foi um medicamento muito utilizado para mães que tinham dificuldade em levar uma gravidez adiante e também passou a ser recomendado como uma espécie de vitamina para as mulheres durante a gravidez, ele também encontrou mercado para redução da produção do leite materno e para aliviar sintomas que surgissem durante a menopausa.
  Apesar de estudos anteriores somente em 1971 publicou-se um artigo que tratava do estudo de oito mulheres que receberam tratamento para câncer de vagina, sendo elas filhas de mães que fizeram uso do DES durante a gravidez.  Além dos dados relativos a câncer constatou-se de 60 mulheres que foram expostas ao DES 40 tiveram má formação uterina impossibilitando que as mesmas se tornassem mães. Mesmo assim o DES só foi proibido de circular no início da década de 80.
 O DES também trouxe problemas aos filhos de mães que tomaram o medicamento. Há vários casos relacionados ao elevado número de espermatozoides com problemas de locomoção devido a sua anormalidade, problemas relacionados a pênis atrofiados e câncer de testículos.
 A coisa mais alarmante do DES é que ele na verdade era ingerido como um medicamento, assim como a talidomida, e na verdade ele nem sequer se provou realmente eficiente como antiabortivo.
 Agora ele se apresenta em uma nova forma que refere-se ao uso dele como hormônio bovino, apesar de proibido por lei através de ação pública sabe-se que ele continua sendo utilizado colocando em risco o futuro das novas gerações.
280
 Dietilestilbestrol
Nome (IUPAC) sistemático
Trans 3,4-bis(p-hidroxifenil)-3-hexeno

Fonte: COLBORN, Theo. O futuro roubado. Porto Alegre: LPM, 2002.






quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cuidado com Café Expresso


Acredito que para muitos assim como para mim o café expresso é um vício. Todavia durante a leitura de um livro chamado Mitos da Saúde, a minha esposa se depara com uma informação que pode ser uma das razões pela qual estou a muito tempo tomando remédio para baixar os níveis de colesterol do meu sangue e apesar da minha alimentação, não tenho tido muito sucesso.


Ocorre que o café possui na sua composição vários elementos químicos. Dentre eles está um composto natural chamado Cafestol capaz de aumentar os níveis de colesterol LDL.





Este só é removido da bebida pela ação da filtração que ocorre no papel de filtro. Destaco ainda que mesmo os amantes do cappuccino ou do café turco, não estão livre desta situação, já que estes também não são coados durante seu preparo.

Fonte: SNYDERMAN Nancy. Mitos da Saúde. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Usinas lixo - energia (Incineradores)

O Problema dos incineradores
 Os adeptos das "usinas lixo-energia" prometem transformar todos os dejetos em energia, o que soa atraente, e reivindicam até créditos de energia renovável por conta disso! Mas há dois problemas.
 Primeiro: o pouco de energia recuperada com a queima de resíduos é muito sujo, e o processo libera mais gases do efeito estufa do que a queima de gás natural, óleo ou carvão. De acordo com a agência de proteção ambiental americana (EPA), incineradores de lixo produzem 1355 gramas de CO2 por KW/hora; o carvão produz 1020; o óleo, 758; e o gás natural, 515.
 Segundo: vale observar um quadro mais amplo. Quando se queima algo, isso significa ter que voltar a extrais, minerar, cultivar, colher, processar, finalizar e transportar um novo produto para substituir o que foi destruído. Tudo isso consome muita energia. Se o objetivo principal é conservá-la, faz muito mais sentido poupá-la de antemão, reutilizando e reciclando coisas.
 Os custos com a implementação de incineradores em países industrializados chegam a 500 milhões de dólares. Enquanto isso, nos países em desenvolvimento, esse valor varia de 13 mil a 700 mil dólares. E a maior parte dos equipamentos dos países mais pobres jamais atenderia os requisitos instituídos pelas leis de segurança e saúde nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, uma vez instalados, os incineradores são consumidores de capital e máquinas, e não de mão de obra, visto que abrem apenas cerca de trinta vagas de tempo integral.
 Vale contrastar esse processo nocivo com programas de reciclagem e de desperdício zero, onde cada dólar investido gera dez vezes mais empregos locais que fortalecem a comunidade .
 Em contraste com os 500 milhões necessários para construir um incinerador dentro das leis de proteção a saúde e segurança, um centro de alta tecnologia para recuperação de materiais construído na costa oeste americana, custou pouco mais de 9 milhões. E mais: enquanto um potente incinerador queima em geral  2mil toneladas de lixo por dia, o centro administra 4 mil, das quais 40% são recicladas, além de proporcionar empregos a 250 pessoas. A diferença é ainda mais óbvia nos países em desenvolvimento, onde a reciclagem e a compostagem são menos mecanizadas e, portanto, necessitam de mais mão de obra.
 Até o Banco Mundial admite que operar tais máquinas custam no mínimo o dobro do que se gasta com a implementação de aterros sanitários, embora continue a financiá-las em países em desenvolvimento.

Fonte: LEONARD Annie. A história das coisas. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A ameaça dos disruptores endócrinos


A ameaça dos disruptores endócrinos *
Santamarta, José **

Resumo: Este artigo, publicado originalmente

na edição em espanhol da revista World

Watch, é uma abordagem sobre o conteúdo do

livro Nosso Futuro Roubado. O autor resgata

aspectos centrais das pesquisas já realizadas

para alertar a todos nós que estamos sendo

vítimas de certas substâncias químicas que,

por diferentes mecanismos, estão afetando

especialmente os processos reprodutivos de

aves e mamíferos. Tais substâncias, agindo

no sistema endócrino, inclusive dos seres humanos,

podem colocar em risco nossa sobrevivência

como espécie.

Os chamados disruptores endócrinos (ou

burladores, fraudadores) não são venenos clássicos,

eles interferem no sistema hormonal,

sabotando as comunicações e alterando os

mensageiros químicos que se movem, permanentemente,

dentro do nosso corpo. Como resultado,

estamos sujeitos a um conjunto de

efeitos maléficos à saúde, o que inclui anormalidades

sexuais em crianças e adultos,

homens e mulheres. Nos homens, pesquisas

mostram a redução drástica do número

de espermatozoides no sêmen.

Não obstante, os riscos incontroláveis dos

disruptores endócrinos, a indústria química

continua colocando no mercado, anualmente,

cerca de mil novas substâncias, enquanto

a capacidade para exames e pesquisas conclusivas

sobre potenciais externalidades e

riscos desses produtos não supera a 500 substâncias

por ano. Deste modo, somente conhecemos

os reais efeitos maléficos de uma minoria

das 100 mil substâncias químicas sintéticas

que podem, potencialmente, funcionar

como disruptores endócrinos.

Portanto, o alerta presente neste artigo

pretende ajudar na reflexão sobre nosso modo

de vida e de consumo, ademais de sugerir a

necessidade de medidas que alterem o rumo

da lógica perversa de nosso estilo de desenvolvimento

e de nosso conceito de progresso.

Palavras-chave: agrotóxicos, disruptores

endócrinos, compostos sintéticos, doenças

hormonais, reprodução humana

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Como Jogar paciência deteminou a origem da Tabela Periódica!


 Os passos que determinaram a química como ciência

O surgimento de um modelo periódico foi fundamental para a química alcançar sua maioridade tendo em vista que a física newtoniana e biologia darwiniana já se encontravam estabelecidas a época.
 A tabela periódica foi motivada pelo espírito de professor que fez com que Mendeleiev anteriormente já tivesse produzido um manual de química orgânica de 500 páginas em apenas 60 dias visando atender a falta de um similar no idioma russo a época.
 No início de 1869 Mendeleiev havia concluído o primeiro volume dos dois projetados para Os princípios de química. Esta seria sua obra prima: o melhor manual de química de sua época. Seria traduzido em todas as línguas importantes e permaneceira uma obra padrão até os primeiros anos do século XX. Contudo, estava longe de ser um manual ortodoxo enfadonho. Seu estilo refletia muito da maneira do homem.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Reuso da água



REUSO DA ÁGUA


Conceito de Reuso

O reaproveitamento ou reúso da água é o processo pelo qual a água, tratada ou não, é reutilizada para o mesmo ou outro fim. Essa reutilização pode ser direta ou indireta, decorrentes de ações planejadas ou não.

- Reúso indireto não planejado da água: ocorre quando a água, utilizada em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada. Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a mesma está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico (diluição, autodepuração).

- Reúso indireto planejado da água: ocorre quando os efluente depois de tratados são descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizadas a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico. O reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também um controle sobre as eventuais novas descargas de efluentes no caminho, garantindo assim que o efluente tratado estará sujeito apenas a misturas com outro efluentes que também atendam ao requisitos de qualidade do reuso objetivado.

- Reúso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, após tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reúso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso em indústria ou irrigação.

- Reciclagem de água: é o reúso interno da água, antes de sua descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição. Essas tendem, assim, como fonte suplementar de abastecimento do uso original. Este é um caso particular do reúso direto planejado.

água reutilizada pode afastar o fantasma da seca.

O uso racional da água parece ser uma das saídas para combater a escassez do produto. O engenheiro Paulo Ferraz Nogueira, especialista no tema, aponta três formas de reutilização de água que seguem esta tendência. As informações fazem parte de seu artigo "Escassez de Água". No texto-sugestão de pauta Nogueira assegura que a tecnologia de Membranas Filtrantes (água reciclada), a recarga do aqüífero (utilização do subsolo) e o aproveitamento das águas da chuva são alternativas viáveis para o Brasil.

Artigo: Escassez de água

(Por Paulo Ferraz Nogueira)