quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Alzheimer e o Alumínio


 A origem real do mal de Alzheimer ainda permanece desconhecida, mas atualmente há forte contendores: disfunção enzimática, falha genética, invasão microbiana ou toxinas como metais. Foi esta última categoria que pareceu ao mesmo tempo explicar a doença e proporcionar uma maneira de evitá-la.
  O acusado foi o alumínio, que por pelo menos 25 anos gastou-se muito tempo, dinheiro e esforço na tentativa de controlar o impacto deste metal em nossas vidas. O que pode-se dizer que foi inútil.
 O Alumínio tornou-se alvo desta suspeita devido ao papel que desempenhava numa doença com sintomas semelhantes, a  demência da diálise. Como o proprio nome indica esta se dava em pacientes submetidos a hemodíalise como tratamento para os rins.
 Na década de 1960, foi noticiado que pacientes que realizavam este procedimento duas ou mais vezes por semana começavam a sofrer de demência e apresentavam comportamentos estranhos, como falar de maneira ilógica, confusão mental e desajeitamento. A causa foi comprovada devido a exames em cerébros de pacientes já falecidos que mostrou um alto teor do metal, que era dissolvido a partir do equipamento e entrava na corrente sanguínea.
 Entretanto o alúmínio que causava a demência da diálise, não resultava no tipo de material fibroso ou nas placas amilóides associadas ao mal de Alzheirmer. Na verdade, os efeitos se assemelhavam mais a reação tóxica ao metal.
 Além disso pacientes que sofriam da demência da diálise quando tratados com medicamentos para remover o alumínio apresentavam recuperação, o que depois não se confirmou nos casos de M.A.
 O primeiro caso diagnosticado com M.A foi o da alemã Auguste D. de 51 anos em 1901. Ela foi aceita no asilo de Frankfurt onde ficou sob os cuidados do neurologista Alois Alzheimer.
 Hoje sabe-se que a síndrome de Alzheimer tem mais relação com  02 tipos de protéinas que se acumulam no cerébro a "tau" e a "amilóide".
Fonte: EMSLEY, John.Vaidade, Vitalidade, Virilidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A doença dói dói e o cádmio


 Doença Itai-Itai(dói dói) e  o cádmio


Tudo começo em 1912 na cidade de Kamioka nos arredores da mina local. Os médicos perceberam que os fazendeiros estavam sendo vítimas de inúmeras novas doenças. Estes queixavam-se de dores nas articulações e nas juntas e doenças renais, sendo as mulheres a maior incidência dos casos.  Houve um caso onde um médico quebrou o pulso de uma menina ao verificar seus batimentos.
 Havia à época uma  demanda crescente por Zinco devido as questões militares, e o cádmio encontra-se amplamente misturado a este na natureza.
 A doença dói dói ou no japonês itai-itai tem este nome em referência ao grito de dor que suas vítimas produziam durante a mesma. Esta teve seu auge durante as décadas de 1930 e 1940, com o aumento do poder militarista do Japão, mas foi somente depois da segunda guerra que um médico local, Noboru Hagino, começou a estudar a doença, e após vários estudos conseguiu comprovar a ligação desta com a exposição do arroz aos resíduos oriundos da mina, dotados de cádmio.
 O cádmio é um elemento desajeitado e não consegue desempenhar os mesmos papéis biológicos que os outros minerais, mas ele também se infiltra bem no corpo humano e imitas as funções destes minerais. Como na época os fazendeiros locais já sofriam com uma certa falta de minerais e como as plantações de arroz estavam enxarcadas pelo cádmio este se infiltrou nos organismos e as células começaram a processá-lo numa velocidade ainda maior do que a normal.
 Quando foi trazido a público em 1961 os resultados do trabalho de Noboru Hagino a Cia. Mitsui fez questão de negar e o pior, organizou uma campanha para desacreditar o médico.
 A mineradora só foi reconhecida como culpada pelo acidente ambiental em 1972 através de um cômite de sáude governamental, sem a presença de Hagino, e foi condena a pagar 2,3 bilhões de ienes aos 178 sobreviventes.
 Todavia o horror gerado por esta acidente é tão forte na cabeça dos japoneses, que mais de treze anos depois, os cineastas retrataram a morte de Godzila com mísseis de cádmio.

Fonte: KEAN, Sam. A colher que desaparece. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.