Doença Itai-Itai(dói dói) e o cádmio

Tudo começo em 1912 na cidade de Kamioka nos arredores da mina local. Os médicos perceberam que os fazendeiros estavam sendo vítimas de inúmeras novas doenças. Estes queixavam-se de dores nas articulações e nas juntas e doenças renais, sendo as mulheres a maior incidência dos casos. Houve um caso onde um médico quebrou o pulso de uma menina ao verificar seus batimentos.
Havia à época uma demanda crescente por Zinco devido as questões militares, e o cádmio encontra-se amplamente misturado a este na natureza.
A doença dói dói ou no japonês itai-itai tem este nome em referência ao grito de dor que suas vítimas produziam durante a mesma. Esta teve seu auge durante as décadas de 1930 e 1940, com o aumento do poder militarista do Japão, mas foi somente depois da segunda guerra que um médico local, Noboru Hagino, começou a estudar a doença, e após vários estudos conseguiu comprovar a ligação desta com a exposição do arroz aos resíduos oriundos da mina, dotados de cádmio.
Quando foi trazido a público em 1961 os resultados do trabalho de Noboru Hagino a Cia. Mitsui fez questão de negar e o pior, organizou uma campanha para desacreditar o médico.
A mineradora só foi reconhecida como culpada pelo acidente ambiental em 1972 através de um cômite de sáude governamental, sem a presença de Hagino, e foi condena a pagar 2,3 bilhões de ienes aos 178 sobreviventes.
Todavia o horror gerado por esta acidente é tão forte na cabeça dos japoneses, que mais de treze anos depois, os cineastas retrataram a morte de Godzila com mísseis de cádmio.
Fonte: KEAN, Sam. A colher que desaparece. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

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