quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A doença dói dói e o cádmio


 Doença Itai-Itai(dói dói) e  o cádmio


Tudo começo em 1912 na cidade de Kamioka nos arredores da mina local. Os médicos perceberam que os fazendeiros estavam sendo vítimas de inúmeras novas doenças. Estes queixavam-se de dores nas articulações e nas juntas e doenças renais, sendo as mulheres a maior incidência dos casos.  Houve um caso onde um médico quebrou o pulso de uma menina ao verificar seus batimentos.
 Havia à época uma  demanda crescente por Zinco devido as questões militares, e o cádmio encontra-se amplamente misturado a este na natureza.
 A doença dói dói ou no japonês itai-itai tem este nome em referência ao grito de dor que suas vítimas produziam durante a mesma. Esta teve seu auge durante as décadas de 1930 e 1940, com o aumento do poder militarista do Japão, mas foi somente depois da segunda guerra que um médico local, Noboru Hagino, começou a estudar a doença, e após vários estudos conseguiu comprovar a ligação desta com a exposição do arroz aos resíduos oriundos da mina, dotados de cádmio.
 O cádmio é um elemento desajeitado e não consegue desempenhar os mesmos papéis biológicos que os outros minerais, mas ele também se infiltra bem no corpo humano e imitas as funções destes minerais. Como na época os fazendeiros locais já sofriam com uma certa falta de minerais e como as plantações de arroz estavam enxarcadas pelo cádmio este se infiltrou nos organismos e as células começaram a processá-lo numa velocidade ainda maior do que a normal.
 Quando foi trazido a público em 1961 os resultados do trabalho de Noboru Hagino a Cia. Mitsui fez questão de negar e o pior, organizou uma campanha para desacreditar o médico.
 A mineradora só foi reconhecida como culpada pelo acidente ambiental em 1972 através de um cômite de sáude governamental, sem a presença de Hagino, e foi condena a pagar 2,3 bilhões de ienes aos 178 sobreviventes.
 Todavia o horror gerado por esta acidente é tão forte na cabeça dos japoneses, que mais de treze anos depois, os cineastas retrataram a morte de Godzila com mísseis de cádmio.

Fonte: KEAN, Sam. A colher que desaparece. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
 
 

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