Se a talidomida acabou para sempre com o mito da inviolabilidade uterina, a experiência com o DES, por sua vez abalou a convicção de que defeitos congênitos seriam importantes apenas quando imediatamente visíveis.
O DES (dietilestilbestrol) foi um medicamento muito utilizado para mães que tinham dificuldade em levar uma gravidez adiante e também passou a ser recomendado como uma espécie de vitamina para as mulheres durante a gravidez, ele também encontrou mercado para redução da produção do leite materno e para aliviar sintomas que surgissem durante a menopausa.
Apesar de estudos anteriores somente em 1971 publicou-se um artigo que tratava do estudo de oito mulheres que receberam tratamento para câncer de vagina, sendo elas filhas de mães que fizeram uso do DES durante a gravidez. Além dos dados relativos a câncer constatou-se de 60 mulheres que foram expostas ao DES 40 tiveram má formação uterina impossibilitando que as mesmas se tornassem mães. Mesmo assim o DES só foi proibido de circular no início da década de 80.
O DES também trouxe problemas aos filhos de mães que tomaram o medicamento. Há vários casos relacionados ao elevado número de espermatozoides com problemas de locomoção devido a sua anormalidade, problemas relacionados a pênis atrofiados e câncer de testículos.
A coisa mais alarmante do DES é que ele na verdade era ingerido como um medicamento, assim como a talidomida, e na verdade ele nem sequer se provou realmente eficiente como antiabortivo.
Agora ele se apresenta em uma nova forma que refere-se ao uso dele como hormônio bovino, apesar de proibido por lei através de ação pública sabe-se que ele continua sendo utilizado colocando em risco o futuro das novas gerações.

Dietilestilbestrol
Nome (IUPAC) sistemático | |
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Trans 3,4-bis(p-hidroxifenil)-3-hexeno |
Fonte: COLBORN, Theo. O futuro roubado. Porto Alegre: LPM, 2002.