sábado, 12 de outubro de 2013

DES volta a assombrar.


 Se a talidomida acabou para sempre com o mito da inviolabilidade uterina, a experiência com o DES, por sua vez abalou a convicção de que defeitos congênitos seriam importantes apenas quando imediatamente visíveis.
 O DES (dietilestilbestrol) foi um medicamento muito utilizado para mães que tinham dificuldade em levar uma gravidez adiante e também passou a ser recomendado como uma espécie de vitamina para as mulheres durante a gravidez, ele também encontrou mercado para redução da produção do leite materno e para aliviar sintomas que surgissem durante a menopausa.
  Apesar de estudos anteriores somente em 1971 publicou-se um artigo que tratava do estudo de oito mulheres que receberam tratamento para câncer de vagina, sendo elas filhas de mães que fizeram uso do DES durante a gravidez.  Além dos dados relativos a câncer constatou-se de 60 mulheres que foram expostas ao DES 40 tiveram má formação uterina impossibilitando que as mesmas se tornassem mães. Mesmo assim o DES só foi proibido de circular no início da década de 80.
 O DES também trouxe problemas aos filhos de mães que tomaram o medicamento. Há vários casos relacionados ao elevado número de espermatozoides com problemas de locomoção devido a sua anormalidade, problemas relacionados a pênis atrofiados e câncer de testículos.
 A coisa mais alarmante do DES é que ele na verdade era ingerido como um medicamento, assim como a talidomida, e na verdade ele nem sequer se provou realmente eficiente como antiabortivo.
 Agora ele se apresenta em uma nova forma que refere-se ao uso dele como hormônio bovino, apesar de proibido por lei através de ação pública sabe-se que ele continua sendo utilizado colocando em risco o futuro das novas gerações.
280
 Dietilestilbestrol
Nome (IUPAC) sistemático
Trans 3,4-bis(p-hidroxifenil)-3-hexeno

Fonte: COLBORN, Theo. O futuro roubado. Porto Alegre: LPM, 2002.






quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cuidado com Café Expresso


Acredito que para muitos assim como para mim o café expresso é um vício. Todavia durante a leitura de um livro chamado Mitos da Saúde, a minha esposa se depara com uma informação que pode ser uma das razões pela qual estou a muito tempo tomando remédio para baixar os níveis de colesterol do meu sangue e apesar da minha alimentação, não tenho tido muito sucesso.


Ocorre que o café possui na sua composição vários elementos químicos. Dentre eles está um composto natural chamado Cafestol capaz de aumentar os níveis de colesterol LDL.





Este só é removido da bebida pela ação da filtração que ocorre no papel de filtro. Destaco ainda que mesmo os amantes do cappuccino ou do café turco, não estão livre desta situação, já que estes também não são coados durante seu preparo.

Fonte: SNYDERMAN Nancy. Mitos da Saúde. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Usinas lixo - energia (Incineradores)

O Problema dos incineradores
 Os adeptos das "usinas lixo-energia" prometem transformar todos os dejetos em energia, o que soa atraente, e reivindicam até créditos de energia renovável por conta disso! Mas há dois problemas.
 Primeiro: o pouco de energia recuperada com a queima de resíduos é muito sujo, e o processo libera mais gases do efeito estufa do que a queima de gás natural, óleo ou carvão. De acordo com a agência de proteção ambiental americana (EPA), incineradores de lixo produzem 1355 gramas de CO2 por KW/hora; o carvão produz 1020; o óleo, 758; e o gás natural, 515.
 Segundo: vale observar um quadro mais amplo. Quando se queima algo, isso significa ter que voltar a extrais, minerar, cultivar, colher, processar, finalizar e transportar um novo produto para substituir o que foi destruído. Tudo isso consome muita energia. Se o objetivo principal é conservá-la, faz muito mais sentido poupá-la de antemão, reutilizando e reciclando coisas.
 Os custos com a implementação de incineradores em países industrializados chegam a 500 milhões de dólares. Enquanto isso, nos países em desenvolvimento, esse valor varia de 13 mil a 700 mil dólares. E a maior parte dos equipamentos dos países mais pobres jamais atenderia os requisitos instituídos pelas leis de segurança e saúde nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, uma vez instalados, os incineradores são consumidores de capital e máquinas, e não de mão de obra, visto que abrem apenas cerca de trinta vagas de tempo integral.
 Vale contrastar esse processo nocivo com programas de reciclagem e de desperdício zero, onde cada dólar investido gera dez vezes mais empregos locais que fortalecem a comunidade .
 Em contraste com os 500 milhões necessários para construir um incinerador dentro das leis de proteção a saúde e segurança, um centro de alta tecnologia para recuperação de materiais construído na costa oeste americana, custou pouco mais de 9 milhões. E mais: enquanto um potente incinerador queima em geral  2mil toneladas de lixo por dia, o centro administra 4 mil, das quais 40% são recicladas, além de proporcionar empregos a 250 pessoas. A diferença é ainda mais óbvia nos países em desenvolvimento, onde a reciclagem e a compostagem são menos mecanizadas e, portanto, necessitam de mais mão de obra.
 Até o Banco Mundial admite que operar tais máquinas custam no mínimo o dobro do que se gasta com a implementação de aterros sanitários, embora continue a financiá-las em países em desenvolvimento.

Fonte: LEONARD Annie. A história das coisas. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A ameaça dos disruptores endócrinos


A ameaça dos disruptores endócrinos *
Santamarta, José **

Resumo: Este artigo, publicado originalmente

na edição em espanhol da revista World

Watch, é uma abordagem sobre o conteúdo do

livro Nosso Futuro Roubado. O autor resgata

aspectos centrais das pesquisas já realizadas

para alertar a todos nós que estamos sendo

vítimas de certas substâncias químicas que,

por diferentes mecanismos, estão afetando

especialmente os processos reprodutivos de

aves e mamíferos. Tais substâncias, agindo

no sistema endócrino, inclusive dos seres humanos,

podem colocar em risco nossa sobrevivência

como espécie.

Os chamados disruptores endócrinos (ou

burladores, fraudadores) não são venenos clássicos,

eles interferem no sistema hormonal,

sabotando as comunicações e alterando os

mensageiros químicos que se movem, permanentemente,

dentro do nosso corpo. Como resultado,

estamos sujeitos a um conjunto de

efeitos maléficos à saúde, o que inclui anormalidades

sexuais em crianças e adultos,

homens e mulheres. Nos homens, pesquisas

mostram a redução drástica do número

de espermatozoides no sêmen.

Não obstante, os riscos incontroláveis dos

disruptores endócrinos, a indústria química

continua colocando no mercado, anualmente,

cerca de mil novas substâncias, enquanto

a capacidade para exames e pesquisas conclusivas

sobre potenciais externalidades e

riscos desses produtos não supera a 500 substâncias

por ano. Deste modo, somente conhecemos

os reais efeitos maléficos de uma minoria

das 100 mil substâncias químicas sintéticas

que podem, potencialmente, funcionar

como disruptores endócrinos.

Portanto, o alerta presente neste artigo

pretende ajudar na reflexão sobre nosso modo

de vida e de consumo, ademais de sugerir a

necessidade de medidas que alterem o rumo

da lógica perversa de nosso estilo de desenvolvimento

e de nosso conceito de progresso.

Palavras-chave: agrotóxicos, disruptores

endócrinos, compostos sintéticos, doenças

hormonais, reprodução humana