sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A ameaça dos disruptores endócrinos


A ameaça dos disruptores endócrinos *
Santamarta, José **

Resumo: Este artigo, publicado originalmente

na edição em espanhol da revista World

Watch, é uma abordagem sobre o conteúdo do

livro Nosso Futuro Roubado. O autor resgata

aspectos centrais das pesquisas já realizadas

para alertar a todos nós que estamos sendo

vítimas de certas substâncias químicas que,

por diferentes mecanismos, estão afetando

especialmente os processos reprodutivos de

aves e mamíferos. Tais substâncias, agindo

no sistema endócrino, inclusive dos seres humanos,

podem colocar em risco nossa sobrevivência

como espécie.

Os chamados disruptores endócrinos (ou

burladores, fraudadores) não são venenos clássicos,

eles interferem no sistema hormonal,

sabotando as comunicações e alterando os

mensageiros químicos que se movem, permanentemente,

dentro do nosso corpo. Como resultado,

estamos sujeitos a um conjunto de

efeitos maléficos à saúde, o que inclui anormalidades

sexuais em crianças e adultos,

homens e mulheres. Nos homens, pesquisas

mostram a redução drástica do número

de espermatozoides no sêmen.

Não obstante, os riscos incontroláveis dos

disruptores endócrinos, a indústria química

continua colocando no mercado, anualmente,

cerca de mil novas substâncias, enquanto

a capacidade para exames e pesquisas conclusivas

sobre potenciais externalidades e

riscos desses produtos não supera a 500 substâncias

por ano. Deste modo, somente conhecemos

os reais efeitos maléficos de uma minoria

das 100 mil substâncias químicas sintéticas

que podem, potencialmente, funcionar

como disruptores endócrinos.

Portanto, o alerta presente neste artigo

pretende ajudar na reflexão sobre nosso modo

de vida e de consumo, ademais de sugerir a

necessidade de medidas que alterem o rumo

da lógica perversa de nosso estilo de desenvolvimento

e de nosso conceito de progresso.

Palavras-chave: agrotóxicos, disruptores

endócrinos, compostos sintéticos, doenças

hormonais, reprodução humana


1 Introdução

Numerosas substâncias químicas, como as

dioxinas, PCB's, agrotóxicos, ftalatos, alquilfenóis

e o bisfenol-A, ameaçam nossa

fecundidade, inteligência e sobrevivência.

Em 1962, o livro de Rachel Carson, Primavera

Silenciosa, deu o primeiro aviso de que

certos produtos químicos artificiais haviam

se difundido por todo o planeta, contaminando

praticamente a todos os seres vivos, até

nas terras virgens e mais remotas. Aquele

livro, que se constituiu num marco destes

estudos apresentou provas do impacto que

estas substâncias sintéticas causavam sobre

as aves e fauna silvestre. Entretanto, até agora,

não tínhamos sido advertidos sobre as plenas

conseqüências desta absurda invasão,

que está transtornando o desenvolvimento

sexual e a reprodução, não só de numerosas

populações de animais, senão que, também,

dos seres humanos.

Nosso Futuro Roubado, escrito por Theo

Colborn, Dianne Dumanoski e Pete Myers1,

reuniu, pela primeira vez, as alarmantes evidências,

obtidas em estudos de campo, experimentos

de laboratório e estatísticas humanas,

para tratar em termos científicos, mas

acessíveis para todos, o caso deste novo perigo.

Este livro começa onde terminou a Primavera

Silenciosa, revelando as causas primeiras

dos sintomas que tanto alarmaram a

Rachel Carson. Baseando-se em décadas de

pesquisa, os autores apresentam um impressionante

informe que segue a pista de defeitos

congênitos, anomalias sexuais e falhas na

reprodução, evidenciados em populações silvestres,

até encontrar sua origem: substâncias

químicas que substituem os hormônios

naturais, transtornando os processo normais

de reprodução e desenvolvimento.

Os autores de Nosso Futuro Roubado estudaram

a pesquisa científica que relaciona

estes problemas com os "disruptores endócrinos",

agentes químicos que dificultam a reprodução

dos adultos e ameaçam com graves

perigos seus descendentes em fase de desenvolvimento.

Explicam como estes contaminantes

chegaram a converter-se em parte

integrante da nossa economia industrial, difundindo-

se com assombrosa facilidade por

toda a biosfera, do Equador aos pólos. E estudam

o que podemos e devemos fazer para combater

este perigo onipresente. Nosso Futuro

Roubado, como afirma Al Gore, ex-vice-presidente

dos Estados Unidos e autor do prólogo,

é um livro de importância transcendental, que

nos obriga a pensar em novas perguntas sobre

as substâncias químicas sintéticas que

temos espalhado por toda a Terra.

2 Os disruptores endócrinos

Um grande número de substâncias químicas

artificiais que foram colocados no meio

ambiente, assim como algumas substâncias

naturais, tem o potencial para perturbar o sistema

endócrino dos animais, inclusive os dos

seres humanos. Entre elas se encontram

substâncias persistentes, bioacumulativas e

organohalógenas, que incluem alguns agrotóxicos

(fungicidas, herbicidas e inseticidas)

e as substâncias químicas industriais, outros

produtos sintéticos e alguns metais pesados.

Muitas populações de animais já foram afetadas

por estas substâncias. Entre estas repercussões,

figuram a disfunção da tireóide

em aves e peixes; a diminuição da fertilidade

em aves, peixes e crustáceos e mamíferos; a

diminuição do sucesso da incubação em aves,

peixes e tartarugas; graves deformidades de

nascimento em aves, peixes e tartarugas;

anormalidades metabólicas em aves, peixes

e mamíferos; anormalidades de comportamento

em aves; desmasculinização e feminilização

de peixes, aves e mamíferos machos;

desfeminilização e masculinização de

peixes e aves fêmeas; e o perigo para os sistemas

imunológicos de aves e mamíferos.

Os disruptores endócrinos interferem nofuncionamento do sistema hormonal, mediante

algum dos três mecanismos seguintes:

substituindo os hormônios naturais; bloqueando

a ação hormonal; aumentando ou diminuindo

os níveis de hormônios naturais. As

substâncias químicas disruptoras endócrinas

não são venenos clássicos, nem carcinogênicos

típicos. Funcionam por regras diferentes.

Algumas substâncias químicas hormonalmente

ativas apresentam pouco risco de câncer.

Nos níveis em que se encontram normalmente

no nosso ambiente, as substâncias

químicas disruptoras hormonais não matam

células nem atacam o ADN. Seu objetivo são

os hormônios, os mensageiros químicos que

se movem constantemente dentro da rede de

comunicação do corpo.

As substâncias químicas sintéticas hormonalmente

ativas são como delinqüentes da

autopista da informação biológica, que sabotam

as comunicações vitais. Atacam os mensageiros

e os substituem, ocupando seu lugar.

Mudam de lugar os sinais. Misturam as

mensagens. Plantam desinformação. Causam

toda a classe de estragos. Dado que as mensagens

hormonais organizam muitos aspectos

decisivos do desenvolvimento animal, desde

a diferenciação sexual até a organização

do cérebro, as substâncias químicas disruptoras

hormonais representam um perigo

muito especial antes do nascimento e nas

primeiras etapas da vida. Os disruptores endócrinos

podem pôr em perigo a sobrevivência

de espécies inteiras e, provavelmente, a

longo prazo, da própria espécie humana.

As pautas dos efeitos dos disruptores endócrinos

variam de uma espécie para outra e

de uma substância para outra. No entanto,

podem ser formuladas quatro hipóteses gerais:

a) As substâncias químicas que preocupam

podem ter efeitos totalmente distintos sobre

o embrião, o feto e o organismo perinatal, em

relação ao adulto;

b) Os efeitos se manifestam com maior freqüência

nos filhos do que no progenitor exposto;

c) O momento da exposição no organismo

em desenvolvimento é decisivo para determinar

seu caráter e seu potencial futuro;

d) Ainda que a exposição crítica ocorra durante

o desenvolvimento embrionário, as

manifestações óbvias podem não se produzir

até a maturidade.

A espécie humana carece de experiência

evolutiva com estes compostos sintéticos.

Estes imitadores artificiais dos estrógenos

diferem em aspectos fundamentais dos estrógenos

vegetais. Nosso organismo é capaz de

descompor e excretar os imitadores naturais

dos estrógenos, mas muitos dos compostos

artificiais resistem aos processos normais de

decomposição e se acumulam no organismo,

submetendo humanos e animais a uma contaminação

de baixo nível mas de longa

duração. Esta forma de contaminação crônica

por substâncias hormonais não tem precedentes

em nossa história evolutiva e, para

adaptar-se a este novo perigo nos faltariam

milênios e não décadas de evolução.

A indústria química prefere pensar que,

uma vez que já existem na natureza tantos

estrógenos naturais, como a soja, não há por

que preocupar-se com compostos químicos sintéticos

que interferem nos hormônios. Entretanto,

é importante ter em mente as diferenças

que existem entre os impostores hormonais

naturais e os agressores sintéticos. Osimitadores hormonais artificiais supõem um

perigo muito maior que os compostos naturais,

porque podem persistir no corpo durante

anos, enquanto que os estrógenos vegetais

podem ser eliminados em um dia.

Ninguém sabe ainda que quantidades destas

substâncias químicas disruptoras endócrinas

são necessárias para que representem

perigo para o ser humano. Os dados indicam

que poderiam ser quantidades muito pequenas,

se a contaminação ocorre antes do nascimento.

No caso das dioxinas, estudos recentes

têm demonstrado que a contaminação por

ínfimas doses já é perigosa.

A maioria de nós leva várias centenas de

substâncias químicas persistentes em nosso

organismo, entre elas muitas que foram identificadas

como disruptores endócrinos. Por

outro lado, as levamos em concentrações que

multiplicam por milhares os níveis naturais

dos estrógenos livres, isto é, estrógenos que

não estão enlaçados com proteínas

sangüíneas e que são, portanto, biologicamente

ativos.

Se descobriu que quantidades insignificantes

de estrógenos livres podem alterar o curso

do desenvolvimento do útero, em quantidades

tão insignificantes como um décimo de

parte por milhão. As substâncias químicas

disruptoras endócrinas podem atuar juntas e,

pequenas quantidades, aparentemente insignificantes,

de substâncias químicas individuais,

podem ter um importante efeito acumulativo.

A descoberta de que podem existir substâncias

químicas que alteram o sistema

hormonal em lugares inesperados, inclusive

em alguns produtos que se consideravam biologicamente

inertes, como os plásticos, coloca

em xeque as idéias tradicionais sobre a

contaminação por estes químicos.

3 Os efeitos sobre os seres humanos

Os seres humanos também foram afetados

pelos disruptores endócrinos. O efeito do

DES (dietilestilbestrol), um agente estrogênico,

foi apenas um claro aviso. O risco do câncer

é insuficiente porque as substâncias químicas

podem causar graves efeitos à saúde,

distintos do câncer. Causa grande preocupação

a crescente freqüência de anormalidades

genitais em crianças, como: testículos não

descendidos (criptorquidia), pênis sumariamente

pequenos, além de hipospadias, um

efeito no qual a uretra que transporta a urina

não se prolonga até o final do pênis. Nas zonas

de cultivo intensivo na província de Granada

(Espanha), onde se usa o endosulfan e

outros pesticidas, foram registrados 360 casos

de criptorquidias. Alguns estudos com

animais indicam que a exposição a substâncias

químicas hormonalmente ativas, durante

o período pré-natal ou na idade adulta, aumenta

a vulnerabilidade a tipos de câncer

sensíveis aos hormônios, como os tumores

malignos na mama, próstata, ovários e útero.

Entre os efeitos dos disruptores endócrinos

está o aumento dos casos de câncer de testículo

e de endometriosis, uma doença na qual

o tecido que normalmente recobre o útero se

move, misteriosamente, para o abdome, os

ovários, a vagina ou para o intestino, provocando

crescimentos que causam dor, abundantes

hemorragias, infertilidade e outros

problemas.

O sinal mais espetacular e preocupante de

que os disruptores endócrinos podem já ter

cobrado um alto preço se encontra nos relatórios

que indicam que a quantidade e mobilidade

dos espermatozóides dos homens caiuem queda livre nos últimos cinqüenta anos.

O estudo inicial, realizado por uma equipe da

Dinamarca, liderada pelo doutor Niels Skakkebaek

e publicado no Bristish Medical

Journal, em setembro de 1992, descobriu que

a quantidade média de espermatozóides masculinos

havia caído 45%, de uma média de

113 milhões por mililitro de sêmen, em 1940,

para apenas 66 milhões por ml, em 1990. Ao

mesmo tempo, o volume de sêmen ejaculado

havia caído 25%, razão pela qual a queda real

na quantidade de espermatozóides havia sido

de 50%. Durante este período, havia triplicado

o número de homens que tinham quantidades

extremamente baixas de espermatozóides,

da ordem de 20 milhões/ml. Na Espanha,

se passou de uma média de 336 milhões de

espermatozoides por ejaculação, em 1977,

para 258 milhões, em 1995. Esta queda ameaça

à capacidade fertilizadora masculina. Se

continuar esta tendência de queda, dentro de

50 anos, os homens poderiam ser incapazes

de se reproduzir de forma natural, tendo que

depender de técnicas de inseminação artificial

ou de fecundação "in vitro".

A exposição pré-natal a substâncias químicas

imitadoras de hormônios pode estar exacerbando

também o problema médico mais

comum que afeta o homens ao envelhecer: o

crescimento doloroso da glândula prostática

(próstata), que dificulta a excreção da urina

e, freqüentemente, requer intervenção cirúrgica.

Nos países ocidentais, 80% dos homens

apresentam sinais desta enfermidade aos 70

anos e, 45% dos homens sofrem um grave

crescimento da próstata. Nas últimas décadas,

ocorreu um espetacular aumento desta

doença.

A experiência com o DES (dietilestilbestrol)

e os estudos com animais sugerem, também,

uma vinculação entre as substâncias químicas

disruptoras endócrinas e vários problemas

de reprodução nas mulheres, especialmente

abortos, gestações ectópicas e endometriose.

A endometriose afeta, hoje em dia, cinco milhões

de mulheres americanas. No início do

século XX, a endometriose era uma doença

quase desconhecida. As mulheres que padecem

de endometriose têm níveis mais elevados

de PCB's no sangue que as mulheres que

não apresentam esta enfermidade. Diferentes

estudos concordam em afirmar que entre

60% e 70% das gravidezes são perdidas na fase

embrionária inicial e outros 10% terminam

nas primeiras semanas por aborto espontâneo.

Mas a tendência sanitária mais alarmante,

especialmente para as mulheres, é a crescente

taxa de câncer da mama, que é o câncer

feminino mais comum. Desde 1940, nos primórdios

da química, as mortes por câncer de

seio aumentaram nos Estados Unidos em um

por cento ao ano e se sabe de aumentos semelhantes

em outros países industrializados.

4 A indústria química

Nosso Futuro Roubado abre um novo horizonte

que, muito provavelmente, conclua

com novos tratados internacionais, assim

como ocorreu com os CFC's, que afetam a camada

de ozônio, mesmo contra a posição das

indústrias químicas. Atualmente, podemos

encontrar no mercado umas 100 mil substâncias

químicas sintéticas. Cada ano são

introduzidas mil novas substâncias, a maioria

sem nenhuma verificação ou revisão adequada. No melhor dos casos, as instalações

de verificação e teste existentes no mundo

podem submeter à prova unicamente 500

substâncias por ano. Na realidade, só uma

pequena parte desta cifra é submetida a provas.

Já foram identificados 51 produtos químicos

que alteram o sistema hormonal, mas

se desconhecem os possíveis efeitos hormonais

da grande maioria. Um dos aspectos mais

inquietantes dos disruptores endócrinos é que

alguns de seus efeitos se produzem com doses

muito baixas.

As normas atuais, que regulamentam a

comercialização dos produtos químicos sintéticos,

se desenvolveram sobre a base do risco

de câncer e de graves problemas de nascimento

e se calculam estes riscos tendo como referência

um jovem masculino de 70 Kg de

peso. Não é levada em consideração a especial

vulnerabilidade das crianças antes do nascimento

e nas primeiras etapas da vida, nem

os efeitos no sistema hormonal. As normas

oficiais e os métodos de teste da toxidade avaliam,

atualmente, cada substância química

por si mesma, enquanto que no mundo real,

encontramos complexas misturas de substâncias

químicas. Nunca existe uma sozinha. Os

estudos científicos mostram com claridade

que as substâncias químicas podem interagir

ou podem agir juntas para produzir um efeito

superior ao que produziriam individualmente

(sinergia). As leis atuais ignoram estes

efeitos aditivos ou interativos.

Os fabricantes, por sua vez, utilizam as leis

sobre segredos comerciais para negar acesso

público às informações sobre a composição de

seus produtos. Deste modo, se os fabricantes

não colocam rótulos completos em seus produtos,

os consumidores não terão a informação

que necessitam para proteger-se de produtos

hormonalmente ativos. Em alguns casos,

as substâncias químicas podem se decompor

em substâncias potencialmente mais

perigosas que a substância química original.

A indústria química trata de desacreditar

as conclusões de Nosso Futuro Roubado, do

mesmo modo que até bem pouco tempo fazia

com respeito aos CFCs, ou como as campanhas

da indústria do fumo, negando a relação

entre o hábito de fumar e o câncer de pulmão.

A Chemical Manufacturers Association,

entidade que reúne as maiores multinacionais

da indústria química, o Chlorine

Chemistry Council, o American PlasticsCouncil, a Society of the Plastics Industry e a

American Crop Protection Association (dos

grandes fabricantes de agrotóxicos) recolheram

grande quantidade de dinheiro entre suas

associadas para lançar uma campanha contra

o livro Nosso Futuro Roubado. Quando em

1962 se publicou o livro de Rachel Carson,

Primavera Silenciosa (Silent Spring), a revista

da Chemical Manufacturers Association,

respondeu usando o título Silence, Miss

Carson. A indústria do cloro, agrupada no

Chlorine Council, que reúne as empresas Du

Pont, Dow, Oxychem e Vulcan, gasta, anualmente,

nos Estados Unidos, 150 milhões de

dólares em campanhas de imagem e de intoxicação

informativa. Na Espanha, a empresa

encarregada pelos fabricantes de PVC, de intoxicar

a opinião pública com suas informações

é a Burson - Marsteller.

Trinta e cinco anos depois, a mesma indústria

que quase acabou com a camada de

ozônio, que ocasionou o acidente de Bhopal e

que fabrica milhares de substâncias tóxicas,

enfrenta agora o desafio de Nosso Futuro Roubado.

As empresas Burson-Marsteller, Edelman

e Hill & Knowlton, dedicadas à lavagem

da imagem da indústria do fumo, do PVC e de

empresas contaminantes, muitas delas do

setor químico, realizam campanhas de "intoxicação"

contra os pesquisadores, jornalistas

e ONGs, tratando de impedir, ou ao menos

reduzir, os efeitos de livros como Nosso Futuro

Roubado e dezenas de estudos científicos,

relatórios e artigos, sobre os efeitos das substâncias

químicas que funcionam como disruptores

endócrinos.

Uma boa prova do quanto são corretas as

conclusões do livro Nosso Futuro Roubado é

que o governo dos Estados Unidos gasta de 20

a 30 milhões de dólares, em 400 projetos, para

analisar os efeitos das substâncias químicas

no sistema endócrino. O objetivo da Agência

de Meio Ambiente (EPA) dos EUA é desenvolver

toda uma estratégia para pesquisar e submeter

à prova 600 agrotóxicos e 72.000 substâncias

químicas de uso comercial nos Estados

Unidos, com a finalidade de verificar seus

efeitos como possíveis disruptores endócrinos.

A National Academy of Sciences dos Estados

Unidos realizou um amplo estudo para

aprofundar os conhecimentos sobre os perigos

dos disruptores endócrinos. É difícil o mêsem que não se publica algum artigo, nas mais

prestigiosas revistas científicas, confirmando

e aprofundando sobre os riscos das substâncias

químicas.

O mercado mundial de agrotóxicos representou

2 milhões de toneladas em 1999 e incluía

1.600 substâncias químicas. O consumo

mundial de agrotóxicos continua crescendo.

Os agrotóxicos são uma classe especial de

substâncias químicas, na medida em que são

biologicamente ativos por desenho e se dispersam

intencionalmente no ambiente. Hoje

em dia se usam nos Estados Unidos 30 vezes

mais agrotóxicos sintéticos do que em 1945.

Neste mesmo período, o poder biocida por quilo

destes venenos foi multiplicado por 10. Hoje,

35% dos alimentos consumidos têm resíduos

detectáveis de agrotóxicos. Os métodos de

análise, entretanto, só têm capacidade para

detectar um terço dos mais de 600 agrotóxicos

em uso. A contaminação dos alimentos

por agrotóxicos é, freqüentemente, muito superior

nos países em desenvolvimento.

5 Recuperar Nosso Futuro Roubado

Defender-nos de todos estes riscos, requer

a ação de várias frentes, com a intenção de

eliminar as novas fontes de disruptores endócrinos

e minimizar a exposição a poluentes

que interferem no sistema hormonal e que

agora estão no meio ambiente. Para isto, será

necessário mais pesquisa científica, redesenho

das substâncias químicas, dos processos

de produção e dos produtos das empresas; novas

políticas governamentais e esforços pessoais

para protegermos a nós mesmos e a

nossas famílias. A agricultura ecológica, sem

agrotóxicos e outras substâncias químicas, é

uma alternativa sustentável e viável. (grifo

do tradutor).

Com 100 mil substâncias químicas sintéticas

no mercado, em todo o mundo, e mais

mil novas substâncias a cada ano, há pouca

esperança de descobrir como afetarão os ecossistemas

e quais serão seus efeitos para

os seres humanos e outros seres vivos, até

que os danos já tenham ocorrido. É necessário

reduzir o número de substâncias químicas

que se usam em um determinado produto

e fabricar e comercializar somente aquelas

substâncias químicas que possam ser detectadas

facilmente com a tecnologia atual e

cuja degradação no meio ambiente seja conhecida.

Estas substâncias não alteraram a

estrutura genética básica da nossa humanidade.

Eliminem-se os disruptores presentes

na mãe e no útero e as mensagens químicas

que guiam o desenvolvimento poderão chegar

outra vez sem obstáculos. Não obstante, a

proteção da próxima geração dos efeitos dos

disruptores endócrinos requererá uma vigilância

de anos e, inclusive, de décadas, porque

as doses que chegam ao feto dependem

não somente do que ingere a mãe durante a

gravidez, senão que também dos poluentes

persistentes acumulados na gordura corporal

até este momento da sua vida. As mulheres

transferem esta reserva química acumulada

durante décadas a seus filhos, durante a gestação

e durante a amamentação.

O sistema atual dá por suposto que as substâncias

químicas são inocentes, até que se

demonstre o contrário. O ônus da prova deve

atuar de modo contrário, porque o enfoque

atual, a presunção de inocência, fez com que

muitas vezes tivéssemos efeitos maléficos

sobre a saúde das pessoas e danos aos ecossistemas.

As provas que surgem sobre as

substâncias químicas hormonalmente ativas

devem ser utilizadas para identificar àquelas

que apresentam maior potencial de risco a

fim de eliminá-las do mercado. Cada novo produto

deve ser submetido a estes testes, antesde que se permita que seja levado ao mercado.

A avaliação do risco é utilizada hoje para

manter os produtos perigosos no mercado até

que se demonstre que são culpados. As políticas

internacionais e nacionais deveriam basear-

se no princípio da precaução. Uma política

adequada para reduzir a ameaça das substâncias

químicas que alteram o sistema

hormonal requer a proibição imediata de agrotóxicos

como o endosulfan e o metoxicloro,

assim como fungicidas como a vinclozolina e

herbicidas como a atrazina, os alquilfenóis,

os ftalatos e o bisfenol-A.

Para evitar a geração de dioxinas, é necessária

a eliminação progressiva do PVC, do

percloroetileno, de todos os agrotóxicos

clorados, assim como o branqueamento da

pasta de papel com uso do cloro e a incineração

de resíduos.

6 Para conhecer as substâncias

químicas que funcionam como

disruptores endócrinos

Entre as substâncias químicas que apresentam

efeitos disruptores sobre o sistema

endócrino figuram:

– as dioxinas e furanos, que são geradas a partir

da produção de cloro e compostos clorados,

como o PVC, os agrotóxicos clorados, o branqueamento

da pasta de papel e a incineração

de resíduos;

– as PCBs - atualmente proibidas. As concentrações

em tecidos humanos permanecem

constantes nos últimos anos, ainda que a

maioria dos países industrializados tenham

parado a produção de PCBs há mais de uma

década. Isto ocorre porque dois terços das

PCBs produzidas em todas as épocas continuam

em uso nos transformadores e outros equipamentos

elétricos e, por conseguinte, podem

ser objeto de liberação acidental. Na medida

em que vão ascendendo na cadeia alimentar,

a concentração de PCB's nos tecidos animais

pode aumentar até 25 milhões de vezes.

– Numerosos agrotóxicos, alguns proibidos e

outros em uso, como o DDT e seus produtos

de degradação, o lindane, o metoxicloro, piretróides

sintéticos, herbicidas de triazina, kepona, dieldaim, vinclozolina, dicofol e

clordane, entre outros;

– O agrotóxico Endosulfan, de amplo uso na

agricultura, apesar de estar proibido em muitos

países;

– O HCB (hexaclorobenzeno), usado em sínteses

orgânicas, como fungicida para tratamento

de sementes e como preservador de madeira;

– Os ftalatos, utilizados na fabricação de PVC.

Cerca de 95% do DEHP (di-2etilexil-ftalato) se

utiliza na fabricação de PVC;

– Os alquilfenóis, antioxidantes presentes no

poliestireno modificado e no PVC, assim como

o produto da degradação dos detergentes. O

pnonilfenol, pertencente à família de substâncias

químicas sintéticas alquilfenóis. Os fabricantes

acrescentam nonilfenóis ao polies-

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tireno e ao cloreto de polivinila (PVC) como

antioxidante para que estes plásticos sejam

mais estáveis e menos frágeis. Um estudo

descobriu que a indústria de processamento e

embalagem de alimentos utilizava PVCs que

continham alquilfenóis. Outro informava a

descoberta de contaminação por nonilfenol em

água que havia passado por canos de PVC. A

decomposição de substâncias químicas presentes

nos detergentes industriais, agrotóxicos

e produtos para o cuidado pessoal, pode dar

origem, também, ao nonilfenol;

– O bisfenol-A, de amplo uso na indústria alimentícia

(normalmente recobrindo o interior

de embalagens metálicas de estanho) e também

por dentistas. Um dos pioneiros pesquisadores

sobre os efeitos do bisfenol-A é o médico

espanhol Nicolás Olea.

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