Santamarta, José **
Resumo: Este artigo, publicado
originalmente
na edição em espanhol da revista World
Watch, é uma abordagem sobre o
conteúdo do
livro Nosso Futuro Roubado. O autor
resgata
aspectos centrais das pesquisas já
realizadas
para alertar a todos nós que estamos
sendo
vítimas de certas substâncias químicas
que,
por diferentes mecanismos, estão
afetando
especialmente os processos
reprodutivos de
aves e mamíferos. Tais substâncias,
agindo
no sistema endócrino, inclusive dos
seres humanos,
podem colocar em risco nossa
sobrevivência
como espécie.
Os chamados disruptores endócrinos (ou
burladores, fraudadores) não são
venenos clássicos,
eles interferem no sistema hormonal,
sabotando as comunicações e alterando
os
mensageiros químicos que se movem,
permanentemente,
dentro do nosso corpo. Como resultado,
estamos sujeitos a um conjunto de
efeitos maléficos à saúde, o que
inclui anormalidades
sexuais em crianças e adultos,
homens e mulheres. Nos homens, pesquisas
mostram a redução drástica do número
de espermatozoides no sêmen.
Não obstante, os riscos incontroláveis
dos
disruptores endócrinos, a indústria
química
continua colocando no mercado,
anualmente,
cerca de mil novas substâncias,
enquanto
a capacidade para exames e pesquisas
conclusivas
sobre potenciais externalidades e
riscos desses produtos não supera a
500 substâncias
por ano. Deste modo, somente
conhecemos
os reais efeitos maléficos de uma
minoria
das 100 mil substâncias químicas
sintéticas
que podem, potencialmente, funcionar
como disruptores endócrinos.
Portanto, o alerta presente neste
artigo
pretende ajudar na reflexão sobre
nosso modo
de vida e de consumo, ademais de
sugerir a
necessidade de medidas que alterem o
rumo
da lógica perversa de nosso estilo de
desenvolvimento
e de nosso conceito de progresso.
Palavras-chave: agrotóxicos,
disruptores
endócrinos, compostos sintéticos,
doenças
hormonais, reprodução humana
1 Introdução
Numerosas substâncias químicas, como
as
dioxinas, PCB's, agrotóxicos,
ftalatos, alquilfenóis
e o bisfenol-A, ameaçam nossa
fecundidade, inteligência e
sobrevivência.
Em 1962, o livro de Rachel Carson, Primavera
Silenciosa, deu o primeiro
aviso de que
certos produtos químicos artificiais
haviam
se difundido por todo o planeta,
contaminando
praticamente a todos os seres vivos,
até
nas terras virgens e mais remotas.
Aquele
livro, que se constituiu num marco
destes
estudos apresentou provas do impacto
que
estas substâncias sintéticas causavam
sobre
as aves e fauna silvestre. Entretanto,
até agora,
não tínhamos sido advertidos sobre as
plenas
conseqüências desta absurda invasão,
que está transtornando o
desenvolvimento
sexual e a reprodução, não só de
numerosas
populações de animais, senão que,
também,
dos seres humanos.
Nosso Futuro Roubado, escrito por Theo
Colborn, Dianne Dumanoski e Pete Myers1,
reuniu, pela primeira vez, as
alarmantes evidências,
obtidas em estudos de campo,
experimentos
de laboratório e estatísticas humanas,
para tratar em termos científicos, mas
acessíveis para todos, o caso deste
novo perigo.
Este livro começa onde terminou a Primavera
Silenciosa, revelando as causas
primeiras
dos sintomas que tanto alarmaram a
Rachel Carson. Baseando-se em décadas
de
pesquisa, os autores apresentam um
impressionante
informe que segue a pista de defeitos
congênitos, anomalias sexuais e falhas
na
reprodução, evidenciados em populações
silvestres,
até encontrar sua origem: substâncias
químicas que substituem os hormônios
naturais, transtornando os processo
normais
de reprodução e desenvolvimento.
Os autores de Nosso Futuro Roubado
estudaram
a pesquisa científica que relaciona
estes problemas com os "disruptores
endócrinos",
agentes químicos que dificultam a
reprodução
dos adultos e ameaçam com graves
perigos seus descendentes em fase de
desenvolvimento.
Explicam como estes contaminantes
chegaram a converter-se em parte
integrante da nossa economia
industrial, difundindo-
se com assombrosa facilidade por
toda a biosfera, do Equador aos pólos.
E estudam
o que podemos e devemos fazer para
combater
este perigo onipresente. Nosso
Futuro
Roubado, como afirma Al
Gore, ex-vice-presidente
dos Estados Unidos e autor do prólogo,
é um livro de importância
transcendental, que
nos obriga a pensar em novas perguntas
sobre
as substâncias químicas sintéticas que
temos espalhado por toda a Terra.
2 Os disruptores endócrinos
Um grande número de substâncias
químicas
artificiais que foram colocados no
meio
ambiente, assim como algumas
substâncias
naturais, tem o potencial para
perturbar o sistema
endócrino dos animais, inclusive os
dos
seres humanos. Entre elas se encontram
substâncias persistentes,
bioacumulativas e
organohalógenas, que incluem alguns
agrotóxicos
(fungicidas, herbicidas e inseticidas)
e as substâncias químicas industriais,
outros
produtos sintéticos e alguns metais
pesados.
Muitas populações de animais já foram
afetadas
por estas substâncias. Entre estas
repercussões,
figuram a disfunção da tireóide
em aves e peixes; a diminuição da
fertilidade
em aves, peixes e crustáceos e
mamíferos; a
diminuição do sucesso da incubação em
aves,
peixes e tartarugas; graves
deformidades de
nascimento em aves, peixes e
tartarugas;
anormalidades metabólicas em aves, peixes
e mamíferos; anormalidades de
comportamento
em aves; desmasculinização e
feminilização
de peixes, aves e mamíferos machos;
desfeminilização e masculinização de
peixes e aves fêmeas; e o perigo para
os sistemas
imunológicos de aves e mamíferos.
Os disruptores endócrinos interferem
nofuncionamento do sistema hormonal, mediante
algum dos três mecanismos seguintes:
substituindo os hormônios naturais;
bloqueando
a ação hormonal; aumentando ou
diminuindo
os níveis de hormônios naturais. As
substâncias químicas disruptoras
endócrinas
não são venenos clássicos, nem
carcinogênicos
típicos. Funcionam por regras
diferentes.
Algumas substâncias químicas
hormonalmente
ativas apresentam pouco risco de
câncer.
Nos níveis em que se encontram
normalmente
no nosso ambiente, as substâncias
químicas disruptoras hormonais não
matam
células nem atacam o ADN. Seu objetivo
são
os hormônios, os mensageiros químicos
que
se movem constantemente dentro da rede
de
comunicação do corpo.
As substâncias químicas sintéticas
hormonalmente
ativas são como delinqüentes da
autopista da informação biológica, que
sabotam
as comunicações vitais. Atacam os
mensageiros
e os substituem, ocupando seu lugar.
Mudam de lugar os sinais. Misturam as
mensagens. Plantam desinformação.
Causam
toda a classe de estragos. Dado que as
mensagens
hormonais organizam muitos aspectos
decisivos do desenvolvimento animal,
desde
a diferenciação sexual até a
organização
do cérebro, as substâncias químicas
disruptoras
hormonais representam um perigo
muito especial antes do nascimento e
nas
primeiras etapas da vida. Os
disruptores endócrinos
podem pôr em perigo a sobrevivência
de espécies inteiras e, provavelmente,
a
longo prazo, da própria espécie
humana.
As pautas dos efeitos dos disruptores
endócrinos
variam de uma espécie para outra e
de uma substância para outra. No
entanto,
podem ser formuladas quatro hipóteses
gerais:
a) As substâncias químicas que
preocupam
podem ter efeitos totalmente distintos
sobre
o embrião, o feto e o organismo
perinatal, em
relação ao adulto;
b) Os efeitos se manifestam com maior
freqüência
nos filhos do que no progenitor
exposto;
c) O momento da exposição no organismo
em desenvolvimento é decisivo para
determinar
seu caráter e seu potencial futuro;
d) Ainda que a exposição crítica
ocorra durante
o desenvolvimento embrionário, as
manifestações óbvias podem não se
produzir
até a maturidade.
A espécie humana carece de experiência
evolutiva com estes compostos sintéticos.
Estes imitadores artificiais dos
estrógenos
diferem em aspectos fundamentais dos
estrógenos
vegetais. Nosso organismo é capaz de
descompor e excretar os imitadores
naturais
dos estrógenos, mas muitos dos
compostos
artificiais resistem aos processos normais
de
decomposição e se acumulam no
organismo,
submetendo humanos e animais a uma
contaminação
de baixo nível mas de longa
duração. Esta forma de contaminação
crônica
por substâncias hormonais não tem
precedentes
em nossa história evolutiva e, para
adaptar-se a este novo perigo nos
faltariam
milênios e não décadas de evolução.
A indústria química prefere pensar
que,
uma vez que já existem na natureza
tantos
estrógenos naturais, como a soja, não
há por
que preocupar-se com compostos
químicos sintéticos
que interferem nos hormônios.
Entretanto,
é importante ter em mente as
diferenças
que existem entre os impostores
hormonais
naturais e os agressores sintéticos.
Osimitadores hormonais artificiais supõem um
perigo muito maior que os compostos
naturais,
porque podem persistir no corpo
durante
anos, enquanto que os estrógenos
vegetais
podem ser eliminados em um dia.
Ninguém sabe ainda que quantidades
destas
substâncias químicas disruptoras
endócrinas
são necessárias para que representem
perigo para o ser humano. Os dados
indicam
que poderiam ser quantidades muito
pequenas,
se a contaminação ocorre antes do
nascimento.
No caso das dioxinas, estudos recentes
têm demonstrado que a contaminação por
ínfimas doses já é perigosa.
A maioria de nós leva várias centenas de
substâncias químicas persistentes em
nosso
organismo, entre elas muitas que foram
identificadas
como disruptores endócrinos. Por
outro lado, as levamos em
concentrações que
multiplicam por milhares os níveis
naturais
dos estrógenos livres, isto é, estrógenos
que
não estão enlaçados com proteínas
sangüíneas e que são, portanto,
biologicamente
ativos.
Se descobriu que quantidades
insignificantes
de estrógenos livres podem alterar o
curso
do desenvolvimento do útero, em
quantidades
tão insignificantes como um décimo de
parte por milhão. As substâncias
químicas
disruptoras endócrinas podem atuar
juntas e,
pequenas quantidades, aparentemente
insignificantes,
de substâncias químicas individuais,
podem ter um importante efeito
acumulativo.
A descoberta de que podem existir
substâncias
químicas que alteram o sistema
hormonal em lugares inesperados,
inclusive
em alguns produtos que se consideravam
biologicamente
inertes, como os plásticos, coloca
em xeque as idéias tradicionais sobre
a
contaminação por estes químicos.
3 Os efeitos sobre os seres humanos
Os seres humanos também foram afetados
pelos disruptores endócrinos. O efeito
do
DES (dietilestilbestrol), um agente
estrogênico,
foi apenas um claro aviso. O risco do
câncer
é insuficiente porque as substâncias
químicas
podem causar graves efeitos à saúde,
distintos do câncer. Causa grande
preocupação
a crescente freqüência de
anormalidades
genitais em crianças, como: testículos
não
descendidos (criptorquidia), pênis
sumariamente
pequenos, além de hipospadias, um
efeito no qual a uretra que transporta
a urina
não se prolonga até o final do pênis.
Nas zonas
de cultivo intensivo na província de
Granada
(Espanha), onde se usa o endosulfan e
outros pesticidas, foram registrados
360 casos
de criptorquidias. Alguns estudos com
animais indicam que a exposição a
substâncias
químicas hormonalmente ativas, durante
o período pré-natal ou na idade
adulta, aumenta
a vulnerabilidade a tipos de câncer
sensíveis aos hormônios, como os
tumores
malignos na mama, próstata, ovários e
útero.
Entre os efeitos dos disruptores
endócrinos
está o aumento dos casos de câncer de
testículo
e de endometriosis, uma doença na qual
o tecido que normalmente recobre o
útero se
move, misteriosamente, para o abdome,
os
ovários, a vagina ou para o intestino,
provocando
crescimentos que causam dor,
abundantes
hemorragias, infertilidade e outros
problemas.
O sinal mais espetacular e preocupante
de
que os disruptores endócrinos podem já
ter
cobrado um alto preço se encontra nos
relatórios
que indicam que a quantidade e
mobilidade
dos espermatozóides dos homens caiuem
queda livre nos últimos cinqüenta anos.
O estudo inicial, realizado por uma
equipe da
Dinamarca, liderada pelo doutor Niels
Skakkebaek
e publicado no Bristish Medical
Journal, em setembro de 1992,
descobriu que
a quantidade média de espermatozóides
masculinos
havia caído 45%, de uma média de
113 milhões por mililitro de sêmen, em
1940,
para apenas 66 milhões por ml, em
1990. Ao
mesmo tempo, o volume de sêmen
ejaculado
havia caído 25%, razão pela qual a
queda real
na quantidade de espermatozóides havia
sido
de 50%. Durante este período, havia
triplicado
o número de homens que tinham
quantidades
extremamente baixas de
espermatozóides,
da ordem de 20 milhões/ml. Na Espanha,
se passou de uma média de 336 milhões
de
espermatozoides por ejaculação, em
1977,
para 258 milhões, em 1995. Esta queda
ameaça
à capacidade fertilizadora masculina.
Se
continuar esta tendência de queda,
dentro de
50 anos, os homens poderiam ser
incapazes
de se reproduzir de forma natural,
tendo que
depender de técnicas de inseminação
artificial
ou de fecundação "in vitro".
A exposição pré-natal a substâncias
químicas
imitadoras de hormônios pode estar
exacerbando
também o problema médico mais
comum que afeta o homens ao
envelhecer: o
crescimento doloroso da glândula
prostática
(próstata), que dificulta a excreção
da urina
e, freqüentemente, requer intervenção
cirúrgica.
Nos países ocidentais, 80% dos homens
apresentam sinais desta enfermidade
aos 70
anos e, 45% dos homens sofrem um grave
crescimento da próstata. Nas últimas
décadas,
ocorreu um espetacular aumento desta
doença.
A experiência com o DES
(dietilestilbestrol)
e os estudos com animais sugerem, também,
uma vinculação entre as substâncias
químicas
disruptoras endócrinas e vários
problemas
de reprodução nas mulheres,
especialmente
abortos, gestações ectópicas e
endometriose.
A endometriose afeta, hoje em dia,
cinco milhões
de mulheres americanas. No início do
século XX, a endometriose era uma
doença
quase desconhecida. As mulheres que
padecem
de endometriose têm níveis mais
elevados
de PCB's no sangue que as mulheres que
não apresentam esta enfermidade.
Diferentes
estudos concordam em afirmar que entre
60% e 70% das gravidezes são perdidas
na fase
embrionária inicial e outros 10%
terminam
nas primeiras semanas por aborto
espontâneo.
Mas a tendência sanitária mais
alarmante,
especialmente para as mulheres, é a
crescente
taxa de câncer da mama, que é o câncer
feminino mais comum. Desde 1940, nos
primórdios
da química, as mortes por câncer de
seio aumentaram nos Estados Unidos em
um
por cento ao ano e se sabe de aumentos
semelhantes
em outros países industrializados.
4 A indústria química
Nosso Futuro Roubado abre um novo
horizonte
que, muito provavelmente, conclua
com novos tratados internacionais,
assim
como ocorreu com os CFC's, que afetam
a camada
de ozônio, mesmo contra a posição das
indústrias químicas. Atualmente,
podemos
encontrar no mercado umas 100 mil
substâncias
químicas sintéticas. Cada ano são
introduzidas mil novas substâncias, a
maioria
sem nenhuma verificação ou revisão
adequada. No melhor dos casos, as instalações
de verificação e teste existentes no
mundo
podem submeter à prova unicamente 500
substâncias por ano. Na realidade, só
uma
pequena parte desta cifra é submetida
a provas.
Já foram identificados 51 produtos
químicos
que alteram o sistema hormonal, mas
se desconhecem os possíveis efeitos
hormonais
da grande maioria. Um dos aspectos
mais
inquietantes dos disruptores
endócrinos é que
alguns de seus efeitos se produzem com
doses
muito baixas.
As normas atuais, que regulamentam a
comercialização dos produtos químicos
sintéticos,
se desenvolveram sobre a base do risco
de câncer e de graves problemas de
nascimento
e se calculam estes riscos tendo como
referência
um jovem masculino de 70 Kg de
peso. Não é levada em consideração a
especial
vulnerabilidade das crianças antes do
nascimento
e nas primeiras etapas da vida, nem
os efeitos no sistema hormonal. As
normas
oficiais e os métodos de teste da
toxidade avaliam,
atualmente, cada substância química
por si mesma, enquanto que no mundo
real,
encontramos complexas misturas de
substâncias
químicas. Nunca existe uma sozinha. Os
estudos científicos mostram com
claridade
que as substâncias químicas podem
interagir
ou podem agir juntas para produzir um
efeito
superior ao que produziriam
individualmente
(sinergia). As leis atuais ignoram
estes
efeitos aditivos ou interativos.
Os fabricantes, por sua vez, utilizam
as leis
sobre segredos comerciais para negar
acesso
público às informações sobre a
composição de
seus produtos. Deste modo, se os
fabricantes
não colocam rótulos completos em seus
produtos,
os consumidores não terão a informação
que necessitam para proteger-se de
produtos
hormonalmente ativos. Em alguns casos,
as substâncias químicas podem se
decompor
em substâncias potencialmente mais
perigosas que a substância química
original.
A indústria química trata de
desacreditar
as conclusões de Nosso Futuro
Roubado, do
mesmo modo que até bem pouco tempo
fazia
com respeito aos CFCs, ou como as
campanhas
da indústria do fumo, negando a
relação
entre o hábito de fumar e o câncer de
pulmão.
A Chemical Manufacturers Association,
entidade que reúne as maiores
multinacionais
da indústria química, o Chlorine
Chemistry Council, o American PlasticsCouncil, a Society of the Plastics
Industry e a
American Crop Protection Association (dos
grandes fabricantes de agrotóxicos)
recolheram
grande quantidade de dinheiro entre
suas
associadas para lançar uma campanha
contra
o livro Nosso Futuro Roubado.
Quando em
1962 se publicou o livro de Rachel
Carson,
Primavera Silenciosa (Silent Spring), a
revista
da Chemical Manufacturers Association,
respondeu usando o título Silence,
Miss
Carson. A indústria do
cloro, agrupada no
Chlorine Council, que reúne as
empresas Du
Pont, Dow, Oxychem e Vulcan, gasta,
anualmente,
nos Estados Unidos, 150 milhões de
dólares em campanhas de imagem e de
intoxicação
informativa. Na Espanha, a empresa
encarregada pelos fabricantes de PVC,
de intoxicar
a opinião pública com suas informações
é a Burson - Marsteller.
Trinta e cinco anos depois, a mesma
indústria
que quase acabou com a camada de
ozônio, que ocasionou o acidente de
Bhopal e
que fabrica milhares de substâncias
tóxicas,
enfrenta agora o desafio de Nosso
Futuro Roubado.
As empresas Burson-Marsteller, Edelman
e Hill & Knowlton, dedicadas à
lavagem
da imagem da indústria do fumo, do PVC
e de
empresas contaminantes, muitas delas
do
setor químico, realizam campanhas de
"intoxicação"
contra os pesquisadores, jornalistas
e ONGs, tratando de impedir, ou ao
menos
reduzir, os efeitos de livros como
Nosso Futuro
Roubado e dezenas de estudos científicos,
relatórios e artigos, sobre os efeitos
das substâncias
químicas que funcionam como
disruptores
endócrinos.
Uma boa prova do quanto são corretas
as
conclusões do livro Nosso Futuro
Roubado é
que o governo dos Estados Unidos gasta
de 20
a 30 milhões de dólares, em 400
projetos, para
analisar os efeitos das substâncias
químicas
no sistema endócrino. O objetivo da
Agência
de Meio Ambiente (EPA) dos EUA é
desenvolver
toda uma estratégia para pesquisar e
submeter
à prova 600 agrotóxicos e 72.000
substâncias
químicas de uso comercial nos Estados
Unidos, com a finalidade de verificar
seus
efeitos como possíveis disruptores
endócrinos.
A National Academy of Sciences dos
Estados
Unidos realizou um amplo estudo para
aprofundar os conhecimentos sobre os
perigos
dos disruptores endócrinos. É difícil
o mêsem que não se publica algum artigo, nas mais
prestigiosas revistas científicas,
confirmando
e aprofundando sobre os riscos das
substâncias
químicas.
O mercado mundial de agrotóxicos
representou
2 milhões de toneladas em 1999 e
incluía
1.600 substâncias químicas. O consumo
mundial de agrotóxicos continua
crescendo.
Os agrotóxicos são uma classe especial
de
substâncias químicas, na medida em que
são
biologicamente ativos por desenho e se
dispersam
intencionalmente no ambiente. Hoje
em dia se usam nos Estados Unidos 30
vezes
mais agrotóxicos sintéticos do que em
1945.
Neste mesmo período, o poder biocida
por quilo
destes venenos foi multiplicado por
10. Hoje,
35% dos alimentos consumidos têm
resíduos
detectáveis de agrotóxicos. Os métodos
de
análise, entretanto, só têm capacidade
para
detectar um terço dos mais de 600
agrotóxicos
em uso. A contaminação dos alimentos
por agrotóxicos é, freqüentemente,
muito superior
nos países em desenvolvimento.
5 Recuperar Nosso Futuro Roubado
Defender-nos de todos estes riscos,
requer
a ação de várias frentes, com a
intenção de
eliminar as novas fontes de
disruptores endócrinos
e minimizar a exposição a poluentes
que interferem no sistema hormonal e
que
agora estão no meio ambiente. Para
isto, será
necessário mais pesquisa científica,
redesenho
das substâncias químicas, dos
processos
de produção e dos produtos das
empresas; novas
políticas governamentais e esforços
pessoais
para protegermos a nós mesmos e a
nossas famílias. A agricultura
ecológica, sem
agrotóxicos e outras substâncias
químicas, é
uma alternativa sustentável e viável.
(grifo
do tradutor).
Com 100 mil substâncias químicas
sintéticas
no mercado, em todo o mundo, e mais
mil novas substâncias a cada ano, há
pouca
esperança de descobrir como afetarão
os ecossistemas
e quais serão seus efeitos para
os seres humanos e outros seres vivos,
até
que os danos já tenham ocorrido. É
necessário
reduzir o número de substâncias
químicas
que se usam em um determinado produto
e fabricar e comercializar somente
aquelas
substâncias químicas que possam ser
detectadas
facilmente com a tecnologia atual e
cuja degradação no meio ambiente seja
conhecida.
Estas substâncias não alteraram a
estrutura genética básica da nossa
humanidade.
Eliminem-se os disruptores presentes
na mãe e no útero e as mensagens
químicas
que guiam o desenvolvimento poderão
chegar
outra vez sem obstáculos. Não
obstante, a
proteção da próxima geração dos
efeitos dos
disruptores endócrinos requererá uma
vigilância
de anos e, inclusive, de décadas,
porque
as doses que chegam ao feto dependem
não somente do que ingere a mãe
durante a
gravidez, senão que também dos
poluentes
persistentes acumulados na gordura
corporal
até este momento da sua vida. As
mulheres
transferem esta reserva química
acumulada
durante décadas a seus filhos, durante
a gestação
e durante a amamentação.
O sistema atual dá por suposto que as
substâncias
químicas são inocentes, até que se
demonstre o contrário. O ônus da prova
deve
atuar de modo contrário, porque o
enfoque
atual, a presunção de inocência, fez
com que
muitas vezes tivéssemos efeitos
maléficos
sobre a saúde das pessoas e danos aos
ecossistemas.
As provas que surgem sobre as
substâncias químicas hormonalmente
ativas
devem ser utilizadas para identificar
àquelas
que apresentam maior potencial de
risco a
fim de eliminá-las do mercado. Cada
novo produto
deve ser submetido a estes testes,
antesde que se permita que seja levado ao mercado.
A avaliação do risco é utilizada hoje
para
manter os produtos perigosos no
mercado até
que se demonstre que são culpados. As
políticas
internacionais e nacionais deveriam
basear-
se no princípio da precaução. Uma
política
adequada para reduzir a ameaça das
substâncias
químicas que alteram o sistema
hormonal requer a proibição imediata
de agrotóxicos
como o endosulfan e o metoxicloro,
assim como fungicidas como a
vinclozolina e
herbicidas como a atrazina, os
alquilfenóis,
os ftalatos e o bisfenol-A.
Para evitar a geração de dioxinas, é
necessária
a eliminação progressiva do PVC, do
percloroetileno, de todos os
agrotóxicos
clorados, assim como o branqueamento
da
pasta de papel com uso do cloro e a
incineração
de resíduos.
6 Para conhecer as substâncias
químicas que funcionam como
disruptores endócrinos
Entre as substâncias químicas que
apresentam
efeitos disruptores sobre o sistema
endócrino figuram:
– as dioxinas e furanos, que são
geradas a partir
da produção de cloro e compostos
clorados,
como o PVC, os agrotóxicos clorados, o
branqueamento
da pasta de papel e a incineração
de resíduos;
– as PCBs - atualmente proibidas. As
concentrações
em tecidos humanos permanecem
constantes nos últimos anos, ainda que
a
maioria dos países industrializados
tenham
parado a produção de PCBs há mais de
uma
década. Isto ocorre porque dois terços
das
PCBs produzidas em todas as épocas
continuam
em uso nos transformadores e outros
equipamentos
elétricos e, por conseguinte, podem
ser objeto de liberação acidental. Na
medida
em que vão ascendendo na cadeia
alimentar,
a concentração de PCB's nos tecidos
animais
pode aumentar até 25 milhões de vezes.
– Numerosos agrotóxicos, alguns
proibidos e
outros em uso, como o DDT e seus
produtos
de degradação, o lindane, o metoxicloro,
piretróides
sintéticos, herbicidas de triazina, kepona, dieldaim, vinclozolina, dicofol e
clordane, entre outros;
– O agrotóxico Endosulfan,
de amplo uso na
agricultura, apesar de
estar proibido em muitos
países;
– O HCB
(hexaclorobenzeno), usado em sínteses
orgânicas, como fungicida
para tratamento
de sementes e como
preservador de madeira;
– Os ftalatos, utilizados
na fabricação de PVC.
Cerca de 95% do DEHP
(di-2etilexil-ftalato) se
utiliza na fabricação de
PVC;
– Os alquilfenóis, antioxidantes
presentes no
poliestireno modificado e
no PVC, assim como
o produto da degradação
dos detergentes. O
pnonilfenol, pertencente à
família de substâncias
químicas sintéticas
alquilfenóis. Os fabricantes
acrescentam nonilfenóis ao
polies-
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tireno e ao cloreto de
polivinila (PVC) como
antioxidante para que
estes plásticos sejam
mais estáveis e menos
frágeis. Um estudo
descobriu que a indústria
de processamento e
embalagem de alimentos
utilizava PVCs que
continham alquilfenóis.
Outro informava a
descoberta de contaminação
por nonilfenol em
água que havia passado por
canos de PVC. A
decomposição de
substâncias químicas presentes
nos detergentes
industriais, agrotóxicos
e produtos para o cuidado
pessoal, pode dar
origem, também, ao
nonilfenol;
– O bisfenol-A, de amplo
uso na indústria alimentícia
(normalmente recobrindo o
interior
de embalagens metálicas de
estanho) e também
por dentistas. Um dos
pioneiros pesquisadores
sobre os efeitos do
bisfenol-A é o médico
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